Fome no Brasil: Quando Comer Vira Privilégio
A insegurança alimentar tem aumentado de forma alarmante nos últimos anos. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em 2023 cerca de 735 milhões de pessoas estavam em situação de fome crônica no mundo. No Brasil, dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN) indicam que 33 milhões de brasileiros vivem em situação de fome, e mais da metade da população convive com algum grau de insegurança alimentar.
Fatores como a crise econômica, o desemprego, a pandemia de COVID-19 e as mudanças climáticas agravaram o cenário, ampliando a desigualdade e dificultando o acesso à alimentação básica e saudável.
A insegurança alimentar compromete:
Diante da falência de políticas públicas em muitos territórios, iniciativas comunitárias têm se destacado como ferramentas essenciais no combate à fome. Entre elas:
Projetos como o “Cidades sem Fome” em São Paulo transformam terrenos ociosos em espaços de cultivo de alimentos, promovendo segurança alimentar, geração de renda e educação ambiental.
A rede MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) inaugurou dezenas de cozinhas solidárias em periferias urbanas, distribuindo refeições gratuitas e valorizando alimentos da agricultura familiar.
Organizações como o Mesa Brasil SESC recolhem alimentos que seriam descartados por supermercados e os redistribuem a instituições e famílias em situação de vulnerabilidade.
Incentivos a cooperativas e feiras orgânicas permitem que pequenos produtores comercializem diretamente com a população, fortalecendo o acesso a alimentos frescos e nutritivos.
Embora ações locais sejam fundamentais, é essencial que o Estado assuma sua responsabilidade constitucional no combate à fome. Programas como o Bolsa Família, o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) precisam ser expandidos, financiados e fiscalizados de forma contínua.
Paralelamente, é urgente uma educação alimentar que promova o consumo consciente, o combate ao desperdício e a valorização dos alimentos locais.
A insegurança alimentar é reflexo direto da desigualdade social. Para erradicá-la, é necessário combinar políticas públicas eficazes, ações comunitárias e engajamento social. O combate à fome deve ser visto como um dever coletivo, baseado em solidariedade, justiça e respeito à dignidade humana.
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