Terras em Disputa: A Resistência dos Povos Originários em Meio aos Retrocessos
A luta por território é uma das questões mais sensíveis e históricas enfrentadas pelos povos indígenas e comunidades tradicionais no Brasil. O direito à terra está diretamente ligado à identidade, à sobrevivência cultural e à dignidade desses povos. No entanto, o processo de demarcação de terras indígenas e quilombolas tem enfrentado avanços e retrocessos marcados por interesses políticos, econômicos e sociais.
A demarcação é o processo administrativo que reconhece oficialmente uma área como pertencente a um povo indígena ou quilombola, garantindo sua posse permanente e o uso exclusivo dos recursos naturais ali existentes. Este procedimento é um direito assegurado:
Sem essa garantia legal, essas comunidades ficam vulneráveis à invasão de madeireiros, grileiros, garimpeiros e ao avanço do agronegócio.
A terra, para esses povos, não é apenas um meio de produção, mas um espaço sagrado e coletivo, onde se desenvolvem modos próprios de vida, saberes, culturas e práticas ancestrais.
➡️ Sem território, não há como manter a autonomia cultural, espiritual e alimentar.
➡️ A luta pela terra é também uma luta contra o etnocídio – o apagamento sistemático de culturas.
Nas últimas décadas, especialmente entre 2016 e 2022, o Brasil vivenciou uma onda de retrocessos em políticas de proteção territorial:
Durante esse período, nenhuma nova terra indígena foi demarcada. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) sofreu cortes orçamentários e pressões políticas.
A tese do Marco Temporal, julgada no STF, tenta restringir o direito à terra apenas às comunidades que a ocupavam em 5 de outubro de 1988 (data da promulgação da Constituição), ignorando expulsões forçadas e violências prévias.
❗ O STF rejeitou essa tese em 2023, mas o Congresso aprovou uma lei (Lei 14.701/2023) a favor do marco, gerando insegurança jurídica.
Projetos como o PL 490/2007 (atual Marco Temporal) e propostas de emenda constitucional ameaçam reduzir os direitos conquistados pelas populações tradicionais.
Apesar dos retrocessos, houve mobilização e resistência por parte dos povos indígenas e da sociedade civil:
A demarcação garante proteção ambiental, pois os territórios indígenas e quilombolas preservam ecossistemas inteiros. Estudos mostram que as áreas indígenas são as mais preservadas da Amazônia, contribuindo para o combate ao desmatamento e às mudanças climáticas.
Além disso, essas demarcações reduzem conflitos agrários e violências no campo, proporcionando segurança jurídica às comunidades.
A luta por território é uma luta por existência, memória, justiça e futuro. Cada avanço na demarcação é uma vitória histórica. Cada retrocesso político ameaça não apenas os povos diretamente afetados, mas também toda a sociedade brasileira, que perde biodiversidade, cultura e democracia.
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